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Você já se pegou preso em um ciclo vicioso? Horas e horas “estudando”, consumindo informações sobre como fazer algo, sentindo uma falsa sensação de progresso, enquanto a ação real, o primeiro passo concreto, nunca chega? Se essa cena lhe parece familiar, você provavelmente já experimentou a paralisia da preparação, a armadilha sutil onde a busca incessante por conhecimento se torna uma forma de procrastinação disfarçada.

Eu passei grande parte da vida só estudando e de vez em quando me pegava pensando que não sabia de nada! Só que esse pensamento me paralisava de meter a cara no desconhecido e talvez esteja fazendo o mesmo com você. Eu sonhei por muito tempo iniciar algo pra mim mesma, sabe? A sensação de ofertar algo e conseguir o primeiro cliente.

Depois de um tempo percebi que nenhuma quantidade de conhecimento no mundo sobre empreendedorismo ia superar meter as caras. Na verdade o que você precisa é de noções gerais e de um compromisso pequeno atingível. Ao invés de um grande empreendimento que tal começar com uma pequena oferta de consultoria ou quem sabe de um serviço menor como editar um vídeo, consertar uma fechadura?

Eu não sei o que você tá ensaiando fazer a algum tempo mas é chegada a hora de tirar isso do papel.

Nos cercamos de uma avalanche de informações, e essa imersão nos envia sinais internos de que estamos progredindo. Contudo, a verdade é que nenhuma ação tangível em direção ao nosso objetivo foi realizada.

O Conforto da Teoria e o Medo da Ação:

É fácil cair na ilusão de que todo esse estudo é fundamental. Talvez você esteja se preparando para entender conceitos complexos. Mas, seja honesto consigo mesmo: se não há uma prova imediata no horizonte, essa imersão teórica pode ser apenas uma forma de adiar o inevitável: começar, errar e aprender com os próprios tropeços.

Da mesma forma, se o seu objetivo é passar em um concurso, assistir compulsivamente a videoaulas sem se dedicar à resolução de milhares de questões não te levará à aprovação, mas sim a um recorde de horas de tela assistidas.

Na verdade essa compulsão por saber mais à respeito é um efeito psicológico poderoso, pois ao estudar você começa a ter a falsa sensação de que está progredindo quando na realidade ainda não foi a lugar algum.

A Inevitabilidade da Falha:

Não existe um caminho que desvie completamente da falha ou do erro. Eles são companheiros inevitáveis na jornada rumo a qualquer objetivo, seja desenvolver um produto inovador ou gabaritar uma prova. Pense em outra situação comum: muitos expressam o desejo de aumentar sua renda, mas quando surge uma oportunidade de trabalho extra no fim de semana, a mesma pessoa encontra uma desculpa para não aceitar.

O mesmo padrão se repete quando oportunidades financeiras são ignoradas sob a justificativa de “ainda estou aprendendo” ou “agora é tempo só de estudar”. Seja transparente consigo mesmo e reconheça suas prioridades. Não há problema em não priorizar o dinheiro, desde que essa seja uma escolha consciente.

Isso é tão engraçado porque aconteceu comigo algumas vezes em que eu estava realmente querendo uma graninha mas estava estudando exclusivamente pra concursos. Na hora que a oportunidade vem e a primeira palavra que vem à boca é um ‘Vou pensar’, significa que a prioridade pode não estar realmente alinhada com o que você dizemos desejar. Entender isso é importante pra não cair na armadilha também de que você sabe demais pra certos trabalhos.

Não, você não sabe. A primeira coisa que se aprende quando só se estuda é que desenvolver ética de trabalho e manter seus níveis de energia não vem fácil se você nunca praticou.

Da mesma forma que você diz que os outros não entendem como é estudar oito ou dez horas por dia, você também não sabe nada sobre como trabalhar oito ou dez horas por dia de maneira consistente se não vem praticando isso a algum tempo. Então é ledo engano achar que consegue sustentar uma qualidade de trabalho só porque sabe alguma coisa.

A maioria de nós terá que enfrentar a realidade de que saber algo na teoria não é o mesmo que saber na prática. Mesmo para coisas que julga “básicas demais para o seu intelecto”.

A Armadilha Confortável do Conhecimento:

Ninguém está imune a cair em suas próprias armadilhas, e a do conhecimento é particularmente sedutora. A ideia de saber como fazer algo pode ser incrivelmente atraente.

O perigo reside em cruzar a linha onde a preparação se torna uma barreira para a ação. Se você precisa fritar um ovo e passa horas explorando as nuances da gastronomia ovo-vegetariana, quanto tempo efetivamente dedicou a aprender a fritar um ovo?

No máximo você terá construído bons argumentos e nuances para expor conhecimento. E a tendência será te dar vontade de escrever ou falar à respeito.

A Prática Supera a Teoria:

Nada supera a experiência de quem fez, errou, aprendeu com diferentes perspectivas e em contextos variados.

No mercado de trabalho, a vivência prática e a capacidade de resolver problemas reais são muito mais valorizadas do que uma vasta enciclopédia mental. Então, esse é um balde de água fria para quem sabe as coisas apenas no papel, mas nunca teve coragem de aplicar na prática nem que seja para si mesmo. 

Conhecimento teórico sem aplicação é como uma redação impecável para o ENEM: impressionante no papel, mas desafiador de traduzir em ações concretas e eficazes.

As Desculpas da Inação:

Quem evita a prática constante sempre encontrará uma desculpa para adiar o início. A chuva, a dor de estômago, a falta de horas de sono, a memória “meio zoada” – qualquer pretexto serve para postergar o inevitável confronto com a tarefa em si.

Não deixe a vida escorrer por entre os dedos nessa procrastinação disfarçada de planejamento excessivo, tentando antecipar cada possível revés.

É impossível, acredite. Você vai fazer várias cagadas. E vai ainda sentir remorso, pensando “Porquê logo eu que ‘sabia melhor?'” É meu caro, não existe conhecimento absoluto, e até a pessoa que leu vários livros de finanças pessoais pode se enfiar numa dívida de consumo assim “do nada” achando que foi uma jogada boa (pelo menos por uma semana/mês).

A Incerteza é a Única Constante:

Acredite, imprevistos acontecerão, mesmo quando você se sentir mais preparado. Você planejará uma apresentação impecável e terá que alterar pontos cruciais na véspera. Você levará materiais extras e descobrirá que nenhum deles se encaixa na necessidade específica. A realidade raramente corresponde ao roteiro imaginado.

Papéis se tornam obsoletos, documentos digitais desatualizam, e você invariavelmente terá que lidar com obstáculos. Portanto, abandone a tentativa de prever cada detalhe.

A Arte da Improvisação e da Adaptação:

A prática te ensinará o que os livros não podem: a improvisar, a se relacionar e a aplicar diferentes estratégias em contextos distintos. Você aprenderá a navegar pelo “assombro” de descobrir que seu conhecimento é menos abrangente do que imaginava precisar.

O Poder do Primeiro Passo:

Então, comece hoje. Dê um passo, por menor que seja. Troque o próximo vídeo ou livro pela próxima micro-ação viável. Qual pequena atividade você pode realizar agora para te aproximar do seu objetivo? Defina metas eSpecíficas, Mensuráveis, Atingíveis, Relevantes e com Prazo (SMART). Lembre-se: o primeiro passo não precisa ser perfeito, ele apenas precisa ser dado.

Tira a bunda do sofá e se comprometa com um movimento minimamente ousado pra você, seja ligar para aquela sua lista de contatos, seja mostrar o seu desenho pra aquela professora de artes.

Encare os erros como oportunidades de aprendizado e ajuste. Priorize o aprendizado “just-in-time”, focando no que é essencial para a próxima etapa. Cultive uma mentalidade de crescimento e celebre cada pequeno avanço.

Por um livro de ficção

Preciso fazer esse Merchant, porque, embora eu não esteja muito nas leituras ficcionais ultimamente, este…

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